Transtorno do Pânico: O medo de ter medo.

11/09/2018

O transtorno do pânico ou síndrome do pânico é um transtorno psiquiátrico do grupo dos transtornos de ansiedade que, segundo a OMS, atualmente afeta cerca de 3% a 5% da população mundial, sendo em sua maioria mulheres.

Antes de falarmos sobre o transtorno especificamente, é necessário fazer uma diferenciação entre ataque e síndrome. Um ataque de pânico é uma reação de alerta do organismo, desencadeada em situações que o indivíduo considera ameaçadora ou mesmo por vulnerabilidade biológica, porém de forma isolada, já a síndrome é caracterizada por ataques frequentes, onde o indivíduo passa a evitar lugares ou situações em que já tenha vivenciado um ataque anteriormente.

Diante de uma situação de perigo, nosso corpo reage para que possamos lutar ou fugir, esse é o nosso mecanismo básico de sobrevivência em situações de risco. No transtorno de pânico esse mecanismo é ativado sem que exista uma ameaça real. Imaginemos a seguinte situação: Você está andando na rua e surge em sua frente um leão, a grande maioria das pessoas entende que um leão é uma ameaça real a nossa vida e integridade física, deste modo, nosso corpo irá se preparar para garantir maiores chances de sobrevivência. Ocorre uma hiperatividade do sistema nervoso autônomo, uma boa dose de adrenalina é secretada na corrente sanguínea, o coração acelera para a circulação do sangue ocorrer de forma mais rápida, a respiração fica ofegante, o corpo começa a suar mais que o normal, entre outras ativações.

No Pânico, nosso corpo reage da mesma forma, porém com ausência de situações perigosas, causando sensações extremamente desagradáveis e que evocam medo. Os ataques de pânico podem iniciar devido a essa interpretação errada da realidade (interpretando algo normal como perigoso), por vulnerabilidade biológica (vivências que contribuíram para a elaboração de crenças catastróficas sobre si e sintomas físicos) e também pelo fator ambiental (situações de estresse constante).

Ao vivenciar os ataques de pânico, a pessoa passa a se esquivar de lugares, situações e reações físicas, interpretadas por ela, como possíveis desencadeadores de um novo ataque, surgindo o "medo de ter medo". Ocorre também a adoção de comportamentos disfuncionais como estratégias de evitação de novos ataques, como pro exemplo, não sair de casa sozinho, não fazer exercícios físicos evitando ativação de frequência cardíaca rápida, hipervigilância das sensações corporais, evitar determinados lugares, entre outros, que acabam por diminuir consideravelmente a qualidade de vida do indivíduo.

Os principais sintomas do pânico são:

  • Medo de perda de controle, enlouquecer ou morrer;
  • Frequência cardíaca rápida e pulsante;
  • Sudorese;
  • Tremedeira;
  • Falta de ar, sensação de sufocamento ou aperto na garganta;
  • Arrepios;
  • Ondas de calor;
  • Náuseas;
  • Cólica abdominal;
  • Dor no peito; ( Muitas vezes interpretada erroneamente como um ataque cardíaco)
  • Dor de cabeça;
  • Tonturas ou fraqueza;
  • Sensação de entorpecimento ou formigamento;
  • Sensação de irrealidade;

O tratamento do transtorno do pânico é feito através de psicoterapia e tratamento medicamentoso junto ao médico psiquiatra.

É importante se atentar aos sintomas e perceber o momento de procurar ajuda.

Maiara Cristina Silva
Psicóloga
CRP 06/136239.


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